Resenha: O Jardim das Borboletas (Dot Hutchison)
Sinopse: Quando a beleza das borboletas encontra os horrores de uma mente doentia. Um thriller arrebatador, fenômeno no mundo inteiro.
Resenha:
"O Jardim das Borboletas" foi o melhor livro de suspense e ficção criminal que li até agora. Os quatro dias em que eu passei lendo ele foram os melhores! Você se vê na estória e não consegue sair mais, além de ser aquele tipo de livro em que a noção de tempo não existe, porque você só quer saber o que aconteceu naquele Jardim e o que Maya está escondendo dos agentes do FBI. Compreendo que ele apresenta muitos capítulos grandes, principalmente por ser dividido em partes, assim como o livro: "A Garota do Lago". Mas, para aqueles que desejam ler ou estejam lendo, não desistam dele por esse motivo! Outra coisa a ser comentada antes de dar mais detalhes sobre o livro é: por favor, respeitem os seus limites! Porque ele vai apresentar temas como sequestro, abuso sexual, pedofilia e abandono parental... Então, é preciso ter um psicológico estável para conseguir ler ele.
O livro começa já com os agentes do FBI tentando descobrir o que de fato aconteceu com aquelas meninas lá no Jardim, mas apenas uma delas é capaz de poder falar: Maya (já que todas as outras estão no hospital cuidando dos seus ferimentos e buscando meios de conseguir se acalmar). Entretanto, apesar do choque de estar novamente ao mundo real, Maya aparenta estar bastante tranquila, retirando o fato de suas roupas estarem completamente sujas e de não ter comido absolutamente nada. "O que aconteceu com elas? Por que ela não está desesperada como as outras?", esses são alguns dos questionamentos do agente Brandon (nunca me diverti e estressei-me tanto quando li as discussões dele e de Maya) . Além disso, o livro também é dividido em dois narradores: a personagem Maya, contando a sua versão de tudo o que aconteceu lá no Jardim e na sua vida, e o narrador onisciente, que ficará responsável pela outra parte da estória (representando a versão do agente Victor).
"A justiça é algo falho, que na maior parte não resolve nada.". Este é um dos trechos em que está explícito uma das críticas principais do livro: a ineficácia da polícia na resolução do desaparecimento de jovens. Houve diversas gerações de Borboletas, mas por que elas só foram encontradas agora? Milhões de vidas poderiam ter sido poupadas se eles tivessem analisado com calma os nomes das vítimas. Um dos motivos principais foi que havia a filha de uma mulher com um cargo importante na política, mas e se não tivesse? Porém, continuando a abordar sobre a estória, aos poucos Maya vai contar sobre os fatos que eles necessitam saber, só que até isso acontecer, necessitou de muita paciência da parte deles, já que ela não confiava neles. Mas é possível entender o lado dela, o medo que sentia deles simplesmente quererem as informações e não ajudarem ela e as outras Borboletas era enorme.
"Mas como a maioria das coisas belas, têm a vida muito curta.". Com o passar das páginas, vamos conhecendo um pouco mais do Jardineiro e como acontecem as coisas no Jardim. Porém, é a partir daí que as coisas começam a ficar pesadas... Se não bastasse a história triste de Maya, somos bombardeados com as situações que as meninas sofriam. "O que acontecia com elas?", "Como o Jardineiro capturava-as?", "O Jardineiro tem família?", "Há quanto tempo as meninas estão lá?"... Essas são algumas das perguntas que fiz durante o livro, mas as respostas não me agradaram. Aos poucos, vamos nos apegando com as Borboletas e sentimos mais nojo do Jardineiro. "Não era nítido que ele fazia mal a elas?", "Como ele não percebia isso?"... Nada vai superar a raiva que eu senti ao dizer isso e perceber o que ele achava de toda aquela situação. Contudo, o pior é saber que homens como ele estão no nosso cotidiano e não percebemos a existência deles!
"Não me esqueça. Não deixe que ele seja o único a se lembrar de mim.". O tempo para os agentes está se esgotando, os jornalistas estão ansiosos por notícias e os responsáveis das meninas exigem respostas, mas o principal ponto é que: todos querem saber sobre Maya. Não quero dar muito spoiler para vocês, porém preciso comentar sobre o final. Acho que poderia ter sido abordado de outra forma ou poderia ter acontecido qualquer coisa, mas não aquilo... Ele se encaixa com a estória? Sim. Contudo, não me agradou muito... Só que não posso retirar meia estrela apenas por uma simples frase. Então eu decidi ignorar essa parte e criar o meu próprio final. Ah, algo que preciso falar também é: o final é em aberto. Com isso, podemos acreditar que o Jardineiro pagou por tudo aquilo que aconteceu. A maior alegria que o livro traz é saber que: "O carrossel parou de girar".
Depois desse livro, meu medo por borboletas diminuiu muito e, cada vez que vejo uma, um sorriso surge em meu rosto e um alívio preenche meu coração. Eu fico feliz que as minhas meninas estejam seguras, mas fico triste por todas aquelas que morreram cedo. Porque, independentemente de estarem feridas, pelo menos elas estão livres e vivas...
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